Cartas a um novo convertido - 7 - O Senhor Jesus Cristo no centro

O Senhor Jesus Cristo no centro

Prezado irmão,

É muito importante que você compreenda claramente o que significa a presença do Senhor no centro da assembléia; mas a condição necessária para que a promessa da Sua presença seja cumprida também não pode ser esquecida. Ele nunca prometeu estar em qualquer lugar onde os santos estivessem reunidos e nem tampouco afirmou que todos os que se reunissem, como cristãos, para adorá-Lo, poderiam contar com Sua presença. Suas palavras são: "Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí, estou Eu no meio deles". (Mateus 18.20) Sendo assim, a condição essencial é que os santos estejam reunidos em (ou 'ao') Seu nome, e se isto não for cumprido na íntegra, a promessa da Sua presença não será levada a efeito.

Cartas a um novo convertido - 6 - A Ceia do Senhor

A Ceia do Senhor



Prezado irmão,

Nunca devemos nos esquecer de que podemos estar à mesa do Senhor e, no entanto, falharmos completamente ao participar da ceia do Senhor. Os Coríntios estavam reunidos para o nome de Cristo; reuniam-se semana após semana em torno da mesa do Senhor, e ainda assim o apóstolo Paulo, ao escrever a eles, diz: "Quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor" (1 Coríntios 11.20). Eles haviam caído em tal desordem, pelo egoísmo e pelo descaso para com a importância da ceia, que acabaram fazendo desta solene ocasião uma oportunidade para se banquetearem. A ceia que comiam era, portanto, a ceia deles próprios e não a Ceia do Senhor, pois haviam quase que completamente deixado de associar o pão e o vinho ao corpo e sangue de Cristo. Daí a solene admoestação: "Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo" (1 Coríntios 11.22). 


Cartas a um novo convertido - 5 - A Mesa do Senhor

A Mesa do Senhor



Prezado irmão,

A questão da mesa do Senhor é, com frequência, um assunto que confunde o filho de Deus. Pois ele encontra ao redor de si não apenas muitas mesas, estabelecidas sobre diferentes bases, mas, quando começa a investigar este assunto, encontra tantas teorias quantas forem as mesas, no que diz respeito ao significado da ceia à qual ele é convidado a participar. Portanto, a única forma de ele evitar o erro e ser achado em obediência ao seu Senhor, é tapar os ouvidos à confusão de vozes dos teólogos e acatar o ensino claro e inequívoco da Palavra de Deus. E é a isto que desejo guiá-lo nesta carta.

Cartas a um novo convertido - 4 - O Corpo de Cristo

O Corpo de Cristo

Great College Street
Prezado irmão,

Existe outra questão, que agora exige sua atenção, relacionada ao corpo de Cristo. No dia de Pentecostes ocorreu algo completamente novo no desenrolar dos desígnios de Deus - a vinda do Espírito Santo. Até aquele período o Espírito Santo agia neste mundo, pois em todas as dispensações passadas houve almas vivificadas e "homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1.21). Mas até o Senhor Jesus ter sido glorificado à direita de Deus, o Espírito Santo, como uma Pessoa divina, não estava neste mundo. Isto não se trata de uma nova teoria, mas é um assunto claramente estabelecido nas Escrituras. Assim, quando no grande dia da Festa dos Tabernáculos, "Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios d'água viva correrão do seu ventre", é explicado que falava "do Espírito que haviam de receber os que nEle cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado" (João 7.37-39). O próprio Senhor acrescentou no mesmo sentido: "Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que Eu vá; porque, se Eu não for, o Consolador não virá a vós" (João 16.7; compare com João 14.16,17, 26 e 15.26).

Cartas a um novo convertido - 3 - Nosso lugar neste mundo


Nosso Lugar Neste Mundo

Tower Bridge

Prezado irmão,

Em minha última carta procurei mostrar a você nosso lugar - como crentes - diante de Deus; e agora gostaria de dirigir sua atenção para nosso lugar aqui neste mundo; e veremos, creio eu, que isto também está ligado a Cristo. Assim como é certo que estamos identificados com Cristo diante de Deus no que se refere à nossa posição, estamos também identificados com Cristo diante do mundo. Em outras palavras, somos colocados em Seu lugar aqui, assim como estamos nEle diante de Deus; e tenho certeza de que seria de muito proveito se tivéssemos esta verdade continuamente diante de nossa alma. Há, porém, dois aspectos que se referem ao nosso lugar nesta Terra e é importante que ambos sejam bem compreendidos. O primeiro aspecto está relacionado com o mundo e o segundo com o "arraial", isto é, o cristianismo organizado de nossos dias, que nesta dispensação tomou o lugar do judaísmo como testemunho de Deus. Leia Romanos 11 e compare com o capítulo 13 de Mateus.

Cartas a um novo convertido - 2 - Nosso lugar perante Deus

Nosso lugar perante Deus

Woburn Square
Prezado irmão,

Estou um pouco preocupado em pensar que você, que agora sabe que tem paz com Deus, e que deveria estar contente, venha a se acomodar, achando que essa bênção é tudo o que Deus proveu para você em Cristo. Muitos caem neste engano, e por conseguinte nunca compreendem a posição na qual foram introduzidos.

Cartas a um novo convertido - 1 - Paz com Deus

Prefácio da Primeira Edição em Inglês

St. Stephen's, Walbrook

Estas cartas a um novo convertido estão sendo reimpressas, sem alteração, da revista Christian's Friend (Amigo do Cristão). Elas foram originalmente escritas pelo editor para ajudar uma pessoa que havia se convertido há pouco tempo e que nunca tivera a oportunidade de receber um ensino oral. Considerando que os assuntos tratados são de interesse vital e permanente, são agora publicadas com a oração de que o Senhor possa Se agradar em abençoá-las para a edificação de muitas ovelhas de Seu rebanho.

Edward Dennett
Blackheath, Dezembro de 1877

MINHA DECISAO - Nona Carta


NONA CARTA

Cloth Fair


Blackheath, janeiro de 1875

Meu amado irmão,

Você não irá se surpreender ao saber que quando cheguei às conclusões indicadas em minhas cartas anteriores senti que deveria tomar o meu lugar entre os chamados “irmãos” para ser coerente e honesto diante do Senhor. Mas não achei fácil colocar em prática minhas convicções. Hesitei em abrir mão de minha posição. Hesitei ainda mais em romper os laços que me ligaram por tantos em uma amorosa associação a muitos queridos amigos cristãos. Eu não podia suportar a ideia de entristecer pessoas como você, com quem eu havia desfrutado de tão estreita comunhão.

MINHA DECISAO - Oitava Carta


OITAVA CARTA

Piccadilly Circus


Blackheath, janeiro de 1875

Meu amado irmão,

Depois de resolvidas as questões quanto ao “ministério” e “adoração”, no modo como elas são tratadas pelos assim chamados “irmãos”, senti a necessidade de esclarecer a questão da disciplina antes de tomar qualquer decisão prática. Existem muitos cristãos, e nós estamos entre eles, que acreditam que a mesa do Senhor seja aberta a todos os crentes. Isto, evidentemente, é verdadeiro em princípio, ou não seria a mesa do do Senhor. Todavia, será que o Senhor colocou em Sua Palavra alguma limitação a esse acesso? As respostas a esta pergunta variam. No sistema Anglicano não existe qualquer preocupação com a disciplina. Qualquer paroquiano, exceto por um ou dois tipos específicos de pecado grave, tem o direito de “comungar” seguindo as regras que regem aquele sistema, seja ele salvo ou não. Já que esses um ou dois pecados que poderiam impedir sua comunhão raramente são tornados públicos, a verdade é que não existe essencialmente qualquer restrição para os que estão nesse sistema.

MINHA DECISAO - Setima Carta


SÉTIMA CARTA
Euston Station

Blackheath, janeiro de 1875

Meu amado irmão,

A questão do “ministério” do modo como é visto pelos assim chamados “irmãos” foi a próxima coisa a ocupar minha atenção. Mais uma vez descobri que a verdade sobre esta questão está relacionada ao Espírito Santo na assembleia. Quando este fato é claramente entendido, muitas dificuldades são solucionadas. Descobri que os chamados “irmãos” sustentam a ideia de que o Espírito Santo deve ter a liberdade de ministrar na assembleia por intermédio de quem Ele desejar; que qualquer um que possuir um dom, seja ele grande ou pequeno, é responsável em usá-lo para o Senhor. Minhas buscas nas Escrituras me levaram a descobrir estes dois princípios como sendo da vontade do Senhor.

MINHA DECISAO - Sexta Carta


SEXTA CARTA
Baker Street

Blackheat, janeiro de 1875

Meu amado irmão,

O exame detalhado que fiz em minha carta anterior foi preparado entre o anúncio de minha saída e a saída propriamente dita. Portanto, além da verdade que eu ensinava, que foi questionada, minhas conclusões quanto ao posto que eu ocupava forçaram-me a permanecer firme em minha decisão. Se eu quisesse ser fiel ao Senhor não teria escolha, a não ser fazer-me surdo aos muitos apelos para que continuasse com minha congregação. Todos os meus interesses, humanamente falando, dependiam de eu continuar ali, mas não ousei levar em conta tais considerações e passar por cima das claras indicações da Palavra de Deus. Portanto preguei para minha amada congregação pela última vez no dia 27 de setembro. No final do sermão matutino eu lhes disse: “Neste momento eu não poderia, de sã consciência para com Deus, permanecer aqui, pois desde que anunciei minha saída dediquei-me com renovado vigor à Palavra de Deus e senti-me compelido a dizer que já não poderia aceitar as práticas que temos no ministério e na adoração”.

MINHA DECISÃO - Quinta Carta

QUINTA CARTA

Park Lane (from The Park)
Blackheath, janeiro de 1875

Meu amado irmão,

Por uma questão de clareza, vou resumir as conclusões da minha última carta antes de prosseguir. Vimos que:

1. As Escrituras contêm apenas uma instância de uma escolha absoluta feita pela igreja. No entanto, o homem escolhido não era um ancião, mas simplesmente um irmão a quem foi delegada, por várias assembleias, a tarefa de acompanhar os apóstolos para ajudar a administrar as contribuições das assembleias (2 Coríntios. 8:18-19).

MINHA DECISÃO - Quarta Carta


QUARTA CARTA

Limehouse

Blackheath, janeiro de 1875

Meu amado irmão,

O efeito da reunião que descrevi em minha última carta foi inesperado e maravilhoso. Senti-me como um pássaro que tinha acabado de escapar de uma gaiola, tão grande era minha liberdade e a liberdade de minha alma. Além disso, as verdades que não estavam claras em minha mente iam se solidificando pela influência daquela reunião e brilhavam como tesouros recém-descobertos. Por isso, quando insistiram que eu permanecesse com minha congregação garantindo que eu poderia pregar tudo o que o Senhor me revelara, eu já não poderia fazê-lo, mesmo tendo um grande apreço pelas almas que me haviam sido dadas por meio do evangelho. Os laços que a comunhão cristã havia criado me ligavam a muitos crentes. Além disso, humanamente falando, a manutenção das necessidades temporais dependia de minha continuidade em minha função. Mas mesmo estas coisas não poderiam me chamar de volta ou me fazerem retroceder naquilo que eu havia falado.

MINHA DECISÃO - Terceira Carta


TERCEIRA CARTA

Saint Martin's Porch


Blackheath, janeiro de 1875

Meu amado irmão,

Ao retornar para a Inglaterra, mais uma vez teve início o meu ministério. Por eu ainda estar fraco, minha amada congregação gentilmente permitiu que eu pregasse apenas uma vez, no dia do Senhor, e através das misericórdias de nosso Deus e Pai eu era capaz de fazer isso com relativa facilidade e muita alegria. Acredito que nunca antes havia sentido tanto a presença de Deus e o poder do Espírito Santo na pregação da Palavra. A razão, sem dúvida, foi que nunca antes havia tantas orações elevadas a Deus para que a força do Senhor pudesse ser aperfeiçoada em minha fraqueza.

MINHA DECISÃO - Segunda Carta

SEGUNDA CARTA
London streets

Blackheath, janeiro de 1875.

Meu amado irmão,

Quão misericordioso é o Senhor para esconder de nós o futuro. Meu receio é que se tivéssemos visto o caminho que havia diante de nós, nossas orações teriam morrido em nossos lábios. Como o Senhor responde às nossas orações? Em ambos os casos foi por meio de uma doença. Eu fui o primeiro a ser afligido, em outubro de 1872. Após ter me recuperado um pouco, empenhei-me em meu trabalho até março de 1873. Aquele período de fraqueza foi o mais fértil de meu ministério na conversão de almas. Era, portanto, meu mais sincero desejo permanecer em meu posto de ministro Batista, mas o Senhor iria me enviar para o deserto para uma longa temporada a fim de que eu perscrutasse meu coração em Sua presença.

MINHA DECISÃO - Primeira Carta

PRIMEIRA CARTA
Boadicea Westminster Bridge

Blackheath, janeiro de 1875.

Meu amado irmão,

Sua carta era tão cheia de protestos suaves e amorosos, e nossa amizade foi tão próxima, que lhe devo uma explicação detalhada da razão de eu mudar minha posição. Uma vez que muitos outros também perguntaram por que eu, que escrevi um livro contra os chamados “irmãos”, mudei tanto de opinião ao ponto de me identificar com eles, espero que você não se oponha à minha intenção de responder através destas cartas endereçadas a você.

MINHA DECISÃO - Esclarecimento

MINHA DECISÃO
Edward Dennett


Edward Dennett
Esclarecimento

As cartas a seguir, publicadas com a permissão do amigo a quem se dirigem, não foram enviadas até terem sido impressas. Quando o amoroso protesto dele chegou às minhas mãos eu quis responder imediatamente, mas considerando que recebi muitas cartas semelhantes e consultas pessoais, publiquei minhas respostas, primeiro, para explicar o passo que tomei; em segundo lugar, para esclarecer qualquer equívoco, e em terceiro lugar, a fim de retirar publicamente de circulação meu livro contra os chamados "irmãos"*, aos quais me refiro nas cartas.

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Breve Biografia de Edward Dennett

Edward Dennett nasceu em Bembridge, Isle of Wight, em 1841 e partiu para estar com o Senhor em Croydon em Outubro de 1914. Ele se converteu ainda jovem por intermédio de um clérigo piedoso e sua família pertencia à Igreja Anglicana, a qual ele abandonou por convicções pessoais.

Graduou-se pela London University e assumiu o posto de ministro de uma congregação Batista em Greenwich. Após adoecer gravemente foi enviado à Suíça em Março de 1873 para tratamento e, enquanto estava em Veytaux, reconheceu que sua posição contra os "Plymouth Brethren" e o livro que escreveu criticando o movimento não tinham fundamento bíblico.

De volta à Inglaterra apresentou suas convicções à congregação que dirigia e deixou-a. Depois de estudar os ensinos dos "irmãos" e compará-los com as Escrituras, entrou em contato com William Kelly e acabou tomando seu lugar em comunhão. Dennett trabalhou na obra do Senhor na Inglaterra, Escócia, Irlanda e também visitou a Noruega, Suécia e América do Norte.

Um acervo das obras de Edward Dennett em inglês pode ser encontrado na Bible Truth Publishers (em formato impresso ou digital) e em Stempublishing (digital).